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Bernardo Santareno, aliás, António Martinho do Rosário, nasce em 1920, na cidade de Santarém. Reconhecido pelos críticos como um dos mais importantes e influentes autores do teatro português do século XX.

Antes de estudar medicina em Lisboa e Coimbra, Bernardo Santareno completou os estudos liceais em Santarém, onde demonstrou ter um especial talento para as letras. Viria a licenciar-se em psiquiatria e cirurgia em 1950, para depois usar a sua formação académica junto dos pescadores – embarcou com os mesmos na pesca do bacalhau -, bem como apoiando os invisuais no Instituto de Orientação Profissional. Passou pelo exército e por um seminário, mas o pai foi buscá-lo por ser um republicano e anti-clerical convicto.

Embora Santareno tenha produzido sobretudo obras dramáticas, a verdade é que os dois primeiros livros foram de poesia, área que explorou mas não aprofundou. Escreveu igualmente prosa, recordando as memórias da pesca do bacalhau nos mares da Gronelândia e Terra Nova. A mesma experiência serviria de tema na peça O lugre.

É comum separar a obra de Bernardo Santareno em dois períodos: das primeiras peças até Anunciação e o segundo bloco desde O judeu até às últimas peças. O primeiro período dramatúrgico remete-nos para imagens mais puras e simples, uma aproximação muito grande ao povo e aos seus costumes, os traços típicos de um país que vivia num obscurantismo sobejamente denunciado por Santareno. Nesta primeira fase o mar e a religião são elementos fundamentais, dois alicerces na vida do autor, sobretudo o segundo por via materna. É ainda nesta fase que Santareno procura transmitir e incutir uma ideia de justiça e liberdade.     

Por outro lado, a segunda fase é mais intimista e mais ligada ao próprio autor, ou seja, enquanto a primeira refletia os problemas do povo português, a segunda já retrata a própria angústia de Santareno. O judeu é uma obra ambiciosa sobre António José da Silva, autor dramático perseguido e assassinado pela Inquisição. Não se sentiria Santareno nas mesmas condições? Esta fase demonstra como Bernardo Santareno se tornou um homem desiludido, as esperanças que depositava nos homens e na política não se concretizaram, a liberdade tal qual ele ambicionava porventura nunca terá chegado.

Bernardo Santareno viria a morrer em 1980, em Carnaxide, e o seu corpo sepultado no Cemitério dos Prazeres.

No ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril, recordamos Santareno e a sua obra Português, Escritor, 45 anos de idade, peça escrita poucas semanas antes da Revolução dos Cravos.

Aqui pode encontrar os livros de Bernardo Santareno disponíveis na Livraria Online.

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