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Gil Vicente é, sem dúvida alguma, o primeiro dramaturgo do teatro português, e consequentemente o fundador do teatro em Portugal. Esta afirmação não implica que antes dele não se escrevesse peças em Portugal, pelo contrário, como são os exemplos de Bernardim Ribeiro, Cristóvão Falcão, Sá de Miranda ou André Dias, porém, a verdade é que o teatro pré-vicentino perdeu-se na bruma da história, restando pouco ou nada desse período.

A obra de Gil Vicente perdura como o momento da fundação do teatro em Portugal sobretudo pela forma sistemática como ele trabalhou, ou seja, foi um autor que se dedicou praticamente em absoluto à escrita para teatro, tendo, além disso, e à semelhança de William Shakespeare, desempenhado as funções de encenador, músico, ou ator. Não podemos esquecer a dimensão da sua obra, uma vez que assinou mais de trinta peças, o que, à época, é um marco assinalável.

A importância de Gil Vicente na história do teatro em Portugal é avassaladora, não só por ter aberto o caminho para autores como Simão Machado, António Prestes ou António Ribeiro Chiado, como também pela afirmação peremptória de uma voz teatral na Península Ibérica, uma vez que o autor do Auto da Barca do Inferno escreveu igualmente em espanhol. O lado periférico de Portugal prejudicou sobremaneira a divulgação da obra do fundador do teatro em Portugal, podendo, quem sabe, rivalizar com autores de maior pujança, não fosse o afastamento geográfico. Por outro lado, Gil Vicente teve a capacidade de aflorar diversos temas, não só religiosos, embora seja mais conhecido por isso, no entanto, mesmo nos momentos em que escreveu sobre a Igreja, fê-lo de uma maneira cáustica e irónica. Não podemos ignorar a coragem de Gil Vicente ao descrever os elementos da Igreja como corruptos e viciosos, na medida em que o poder daquela instituição era inquestionável.

Sabe-se muito pouco sobre Gil Vicente, uma vez que a sua biografia é omissa sobre aquilo que fez ao longo da vida, contudo, é aceite que tenha feito parte da corte, por isso as suas peças foram representadas em diversos espaços relevantes, como palácios, castelos ou igrejas. Pensa-se que terá estudado na Universidade de Salamanca, o que lhe confere um grau ainda maior de autor ibérico.

Gil Vicente foi ainda um autor de transição da Idade Média para o renascimento, inscrevendo nos seus textos temas como o questionamento das ordens sociais, o peso da religião nas sociedades, etc.

A influência de Gil Vicente continua viva e a permitir novos diálogos, sendo as suas peças reescritas ou encenadas todos os anos, como é o caso de A Farsa de Inês Pereira, espetáculo de Pedro Penim que produz um novo pensamento a partir da peça de Gil Vicente.

A Lvraria do Teatro Nacional D. Maria II vai estar presente no Teatro Varidades durante a carreira d'A Farsa de Inês pereira.

 

Ricardo Cabaça

 

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