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Num mundo em constante transformação, onde os jovens enfrentam desafios crescentes ao nível da identidade, comunicação e integração social, o projeto PANOS – palcos novos palavras novas surge como uma resposta artística, educativa e profundamente transformadora. Promovido pelo Teatro Nacional D. Maria II desde 2018, anteriormente pela Culturgest desde 2006, o PANOS tem-se afirmado como um dos projetos culturais mais relevantes em Portugal no âmbito do teatro juvenil. A sua importância vai muito além da dimensão artística: é um verdadeiro instrumento de inclusão, formação e emancipação dos jovens.

Num tempo em que tantas vezes os jovens são silenciados ou pouco ouvidos, o PANOS dá-lhes a palavra – literalmente. Ao promover a encenação de textos originais escritos por autores contemporâneos propositadamente para este projeto, convida os adolescentes a apropriarem-se da linguagem do teatro como forma de expressão pessoal e coletiva. Este espaço de escuta e partilha permite que os jovens reflitam sobre o mundo que os rodeia, explorem os seus sentimentos e opiniões, e desenvolvam o pensamento crítico.

Além disso, a participação ativa no PANOS ajuda os jovens a perceberem que a sua voz importa, que podem contribuir para a cultura e para o debate público. Ao interpretar personagens, construir cenários ou refletir sobre os temas das peças – muitas vezes ligados a questões sociais, políticas ou existenciais – os participantes ganham consciência do seu papel como cidadãos e agentes de mudança.

O PANOS promove uma aprendizagem transversal que vai além dos currículos escolares. O teatro é, por natureza, uma atividade coletiva, que exige trabalho em equipa, empatia, responsabilidade e disciplina – competências essenciais para a vida. Durante o processo de criação e ensaio, os jovens desenvolvem a sua criatividade, melhoram a comunicação verbal e não verbal, aprendem a lidar com o erro e a superar obstáculos. A arte teatral ensina a escuta ativa, o respeito pelo outro e a gestão de emoções, num contexto de aprendizagem prática e envolvente.

A possibilidade de participar em workshops com os autores dos textos, trocar ideias e perceber as intenções por trás das palavras é uma experiência única. Este contacto direto com os criadores literários estimula o interesse pela leitura e escrita, bem como pelo pensamento artístico, abrindo horizontes que muitas vezes estão ausentes do dia-a-dia escolar.

Uma das grandes virtudes do PANOS é o seu caráter nacional e descentralizado. Jovens de todo o país – de cidades, vilas e aldeias – têm a oportunidade de integrar o projeto, promovendo uma verdadeira democratização do acesso à cultura. Ao contrário de muitos eventos culturais concentrados nas grandes cidades, o PANOS chega a comunidades que muitas vezes não têm acesso regular a equipamentos culturais ou atividades artísticas de qualidade.

Este envolvimento local cria um sentimento de pertença e orgulho comunitário. As apresentações nas localidades de origem envolvem famílias, escolas e municípios, reforçando laços sociais e valorizando o talento local. Quando alguns dos grupos são selecionados para apresentar os seus espetáculos no Festival PANOS, vivem uma experiência única de reconhecimento público e profissional, muitas vezes transformadora a nível pessoal e vocacional.

Em última análise, o PANOS representa um investimento no futuro: no futuro da cultura, da educação, da cidadania. Ao dar palco aos jovens, está a formar espectadores mais críticos, criadores mais conscientes e cidadãos mais ativos. O teatro, neste contexto, torna-se um espaço de liberdade e crescimento, onde os jovens experimentam o poder da palavra, do corpo e da imaginação.

Num tempo em que tantas atividades concorrentes disputam a atenção dos adolescentes – muitas vezes marcadas pela superficialidade e pelo isolamento digital – o PANOS propõe um encontro real, um espaço de escuta mútua e criação coletiva. A sua importância é, por isso, não apenas cultural, mas também social e humana.

 

Ricardo Cabaça

 

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