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Luiz Francisco Rebello nasceu em Lisboa, em 1923, e é uma figura notável na história do teatro português, destacando-se tanto como dramaturgo quanto como ensaísta e tradutor. A sua trajetória artística e literária é marcada pela procura de um teatro que fosse profundamente ligado às questões sociais e culturais de Portugal, além de uma escrita que misturava elementos de crítica, reflexões filosóficas e estéticas inovadoras. Luiz Francisco Rebello dedicou grande parte de sua vida à dramaturgia e à tradução de grandes autores estrangeiros, levando o público português a uma maior aproximação com o teatro universal.

A carreira de Luiz Francisco Rebello começou com influências do teatro europeu, particularmente do teatro francês e do teatro de vanguarda, mas também do teatro clássico. A sua obra revela um gosto pelo drama psicológico e pela análise das complexas relações humanas, questões que, aliadas à sua capacidade de explorar o contexto social em Portugal, tornaram a sua escrita uma importante contribuição para a literatura e o teatro nacional.

A sua escrita destaca-se pelo uso de um humor irónico, que serve como um veículo para as suas críticas sociais e políticas, refletindo as tensões de um período conturbado da história portuguesa, antes da Revolução dos Cravos, em 1974.

Além da sua atuação como dramaturgo, Rebello dedicou-se intensamente à tradução de grandes obras do teatro mundial, trazendo para o público português textos de autores como Anton Tchékhov e Tennessee Williams. Através da tradução, ele procurava adaptar as nuances e os conflitos dessas peças para o contexto português, mostrando a universalidade dos dramas humanos e a capacidade do teatro de transcender fronteiras culturais.

Outro aspeto importante da sua carreira foi o seu trabalho como ensaísta e crítico teatral. Rebello não se limitava à criação artística, mas também se dedicava à reflexão crítica sobre o teatro e a cultura em geral. Os seus textos de crítica teatral, publicados em jornais e revistas, tiveram grande importância na formação do gosto e da compreensão do público português em relação ao teatro contemporâneo. Ele foi um dos principais defensores da modernização do teatro português, propondo novas formas de encenação e novos repertórios para as companhias de teatro da época.

Além disso, Luiz Francisco Rebello esteve muito envolvido na produção cultural durante os anos 60, quando o teatro passou por um período de grande efervescência em Portugal, com novos autores e novas linguagens sendo experimentadas. A sua obra não se limitou a um único estilo ou abordagem, mas refletiu uma pluralidade de influências, incorporando tanto os movimentos teatrais contemporâneos quanto o clássico.

Nos últimos anos da sua carreira, Rebello continuou a ser uma figura respeitada no cenário cultural português. A sua obra, que abrange tanto a dramaturgia quanto a tradução e a crítica, deixou uma marca indelével no teatro português, sendo estudada e admirada até aos dias de hoje. O seu compromisso com o desenvolvimento do teatro e da literatura, a sua busca pela inovação e a reflexão profunda sobre as questões sociais e humanas fazem de Luiz Francisco Rebello uma referência fundamental para entender o teatro e a literatura de Portugal no século XX.

No dia 13 de abril, na Sala Estúdio Valentim de Barros, o Teatro Nacional D. Maria II vai lançar o livro Combate por um teatro de combate, uma obra originalmente publicada pela Seara Nova em 1977 (mais informações aqui). Neste livro, Luiz Francisco Rebello reflete sobre a relação entre política e teatro, em particular o panorama da época, aquilo que devia ser o papel do teatro como transformação da sociedade, e ainda, a censura que o teatro sofreu durante a ditadura do Estado Novo.
 

Ricardo Cabaça

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