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Se eu vivesse tu morrias e outros textos

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Mexendo um pouco na cronologia, é possível traçar com estas peças de Miguel Castro Caldas (MCC) um arco narrativo da conjugalidade: os primeiros passos de um casal no epílogo de Os Assassinos (2011), o pedido de casamento em Carvão Sobre Tela (2012), a infidelidade em Restauro da Sociedade Conjugal (2010), a vida com filhos em Terreno Selvagem (2016), de novo a infidelidade em Se eu vivesse tu morrias (2016), a solidão (viuvez?) de Não costumo falar contigo (2017). Porquê este interesse pela instituição do casamento? Talvez precisamente por se tratar de uma situação de tal maneira convencional que até a sua subversão (ou traição) é lugar-comum: do “boy meets girl” ao “felizes para sempre” ou nem por isso, entre casar e cansar, este é um tema estafado a partir do qual as variações já foram todas experimentadas. [...] O casamento é uma fórmula narrativa de que MCC se serve menos para lhe desmontar a ideologia do que para dispensar a própria necessidade de uma narrativa - e assim usar o tempo de outra maneira. A escrita de MCC pratica um certo desrespeito pelas instituições, a começar pelas da própria escrita. (274 páginas)

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