O Misantropo: por Hugo van der Ding e Martim Sousa Tavares a partir Molière

É noite de estreia. O Misantropo, de Molière, será representado pela primeira vez em Portugal perante o Rei e a Corte, mas o espectáculo está longe de estar pronto. Nos bastidores, uma trupe de actores que se juntaram pelas mais diversas razões encontra-se de nervos à flor da pele. Cada qual está disposto a muito - ou a tudo -, mesmo antes de se ouvirem as pancadas de Molière. Entre eles, há um homem avesso aos seres humanos, movido por um completo desprezo da sociedade e dos seus valores. Um misantropo, em suma. Paira no ar o desejo fervoroso de subir na vida agradando a Suas Majestades, e a pergunta que se impõe é: «Que feliz acaso vos trouxe a este lugar?» (68 páginas)