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O grande dia da batalha: variações sobre Albergue noturno de Máximo Gorki

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São «os tristes, os vis, os oprimidos», escreveu Gomes Leal, que bem os sentiu, «os passos da Canalha», a anunciar «o grande dia da Batalha». E que foi feito deles, abandonados pela industrialização, abandonados pela pós- -industrialização, morrendo de drogas como outrora de tuberculose? Usámo-los para comprar a boa consciência dos nossos salões burgueses? E agora espantamo-nos ao vê-los engrossar, como na Alemanha de 1933, as milícias de miseráveis que querem «restaurar a ordem», voltar atrás? «Pois foi», diz Jorge Silva Melo, «enxertei a minha perplexidade neste texto maior de Gorki, o que em 1901 assim abriu as cenas ao mundo coletivo, o que inventou o plano geral no teatro, o que fez soprar sobre os miseráveis um vento cálido de primavera.» (128 páginas)

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